Jo...

Uma das minhas bloggers preferidas (jo i'm talking about you) publicou hoje um dos seus desabafos existenciais. Ora bem eu ia responder-lhe mas como estava a gostar da minha introspeçcáo faço por aqui.
Em primeiro lugar devo-te dizer que a tua vista é tudo menos curta, depois no que se refere a planear a médio / longo prazo como eu te compreendo (a única viagem a mais de 2000km que fiz foi porque o BF ganhou premio desempenho), o que é estranho visto que trabalho (ui e aqui havia muito para desabafar sobre trabalho extraordinário não pago) a planear horizontes de longo prazo!!!
Mas passando à explicacao com um pouco de psicologia barata à mistura! Nós até há pouco tempos viviamos por objectivo a médip prazo. Primeiro terminar o ensino básico, depois terminar secundário, depois ir para a universidade, depois arranjar trabalho... Se estivessemos na década de 80 continuaria esta frase lindamente: ... arranjar um namorado aceitável que embora não parecesse um príncipe num cavalo tivesse dinheiro para um carro com mais de dois cavalos, casar com um vestido piroso numa festa pirosa com mesas em corrido e música pirosa, fazer amor uma vez para ter filhos, e por último: ser mãe e mulher.
Ora bem onde é que está o nosso problema?! O nosso problema é que ainda não definimos bem o nosso enquadramento a seguir ao "arranjar trabalho". Com princípe ou sem ele o plano da década de 80 parece-nos uma novela venezuelana com má dobragem mas por outro lados há uma espécie de vazio "mas o que é que vou fazer agora?!". Claro tentas viver o dia-a-dia de modo mais intenso possível mas ainda assim parece que falta o objectivo intermédio (já que o final, é ser uma velhinha simpática mas rabujenta), o tal que antes te resignavas a limpar rabos de filhos, pais ou sogros! Isto tudo para te dizer: nada, porque também não tenho objectivo intermédio e porque isso muitas vezes me faz apetecer jogar tudo ao ar, tirar uma carta nova e ir para outro lado onde fosse mais fácil o amanha, porque simplesmente tinha que começar do zero. Insatisfação contínua é o que é (só mais uma coisa: este é um direito que nunca me dão porque simplesmente me dizem "mas tu tens tudo"! Odeio isso porque é a resignação total. Trabalho, casa e namorado são tudo?! Ora bem preciso de mais só não sei o que é esse mais, mas tal como tu é algo que preciso trabalhar a médio prazo sob pena do meu guarda-fato rebentar'